As mulheres têm um papel importante para o meio ambiente, por exemplo, através da reciclagem de resíduos sólidos, reflorestamento, e outras acções benéficas ao meio ambiente. Com a ocorrência de mudanças climáticas, várias mulheres foram afectadas pelo ciclone Freddy, tiveram casas destruidas, seus negócios afectados com a destruição de culturas alimentares, que prejudicou o rendimento das suas familias. Por isso, é importante a implemenentação de estratégias de finanças climáticas, com financiamentos para combater as mudanças climáticas, como o investimento em energias renováveis e outras indústrias ambientais, que inclua as mulheres como beneficiárias de oportunidades económicas de emprego, financiamentos para os seus negócios, bem como apoio na reconstrução das suas casas.
Moçambique foi assolado pela tempestade tropical Freddy, em Fevereiro de 2023, tendo provocado danos, que tiveram um impacto directo nas comunidades residentes nas províncias mais afectadas pela intempérie. De entre várias pessoas afectadas, encontram-se grupos vulneráveis, onde se incluem as mulheres, que sofrem os impactos severos destas situações relacionadas com as mudanças climáticas. Os ciclones destroem casas, e as mulheres ficam mais expostas a riscos de violência baseada no género. Elas também sofrem consequências económicas com a destruição de culturas alimentares pelas cheias, o que afecta os seus negócios, bem como o rendimento das suas familias, considerando que muitas mulheres trabalham no sector informal de venda de produtos agrícolas, bem como na produção de culturas alimentares.
Como uma das formas de mitigar esta situação, será importante a implementação de estratégias de finanças climáticas, com financiamentos para combater as mudanças climáticas, como o investimento em energias renováveis, na qual, as mulheres são incluídas como um dos grupos alvos beneficiários com o acesso a oportunidades de emprego, financiamentos para o desenvolvimento de pequenos negócios, bem como apoio na reconstrução das suas casas, ora destruídas por uma situacao de ocorrência de ciclones.
Os fenómenos de mudanças climáticas têm sido recorrentes no país, e são consequência de uma conjuntura global, que inclui a componente económica. Moçambique tem sido um dos países afectados por estas situações caracterizadas por fortes tempestades, descargas de grandes quantidades de precipitação, causando inundações e afectando grupos sociais já vulneráveis. Numa situação de mudanças climáticas com a ocorrência de ciclones, cheias, grandes tempestades, as mulheres ficam mais susceptíveis a riscos relacionados à sua integridade fisica, como o assédio, a violação, pois com a destruição das suas casas, as mulheres têm de dormir em centros de acomodação, partilhando espaços comuns com outras pessoas.
Os ciclones destroem postos de saúde, dificultando o acesso a serviços de saúde básica para as pessoas afectadas, onde as mulheres grávidas ficam privadas de cuidados de saúde materno-infantil, enfrentando dificuldades de acesso a postos de saúde para ter assistência médica em situações de parto.
As cheias também causam a contaminação da água, provocando a eclosão de doenças como a cólera, colocando em risco a vida de muitas pessoas, e fazendo com que as mulheres tenham de percorrer longas distâncias, à procura de água potável para as suas famílias.
Em termos económicos (devido ao ciclone Freddy), muitas mulheres tiveram os seus negócios afectados, como é o caso de mulheres produtoras, comerciantes e revendedoras informais, que tiveram danos económicos, pois o ciclone destruiu vários hectares de culturas alimentares, afectando a economia de várias famílias.
Por conseguinte, as mudanças climáticas afectam a economia do país, e os grupos mais vulneráveis sofrem as consequências destes fenómenos. Moçambique tem sofrido efeitos severos de mudanças climáticas, apesar de fazer parte dos países que menos emitem gases de efeito estufa como o dióxido de carbono, e menos contribui para o problema.
Contudo, é importante fazer face a esta situação, através da implementação de acções de mitigação e resiliência às mudanças climáticas, como é o caso de estratégias de finanças climáticas, que inclua os grupos vulneráveis como as mulheres, como beneficiárias no acesso a oportunidades económicas de emprego, financiamentos para o desenvolvimento de pequenos negócios, bem como apoio na reconstrução das suas casas, destruídas pelos ciclones.
Considerando que finanças climáticas são qualquer tipo de financiamento para combater as mudanças climáticas, a implementação de uma estratégia de finanças climáticas vai permitir investir recursos para o desenvolvimento de projectos de resiliência às mudanças climáticas, como por exemplo projectos que impulsionam o uso de energias renováveis, e ao mesmo tempo impulsionar a igualdade de género co-beneficiando as mulheres, através da criação de postos de trabalho, oportunidades de financiamentos para as mulheres devenvolverem pequenos negócios, bem como apoio na reconstrução das suas casas.
Pela inclusão económica das mulheres em estratégias e programas de finanças climáticas.
Associação Nosso Futuro – APROFIT