Desafios da Agricultura Sazonal para Mulheres Camponesas

Mulheres camponesas que cultivam a beira do rio Umbeluzi, na província de Maputo, revelaram as dificuldades existentes na remuneração que elas recebem como pequenas agricultoras a trabalhar por conta de outrem. “Só recebemos o pagamento quando acabamos de cultivar toda a machamba, o que leva pelo menos uma semana. Caso não acabamos toda a machamba, podemos receber apenas pelo cultivo de um ou dois canteiros, cujo o valor é bastante reduzido e não chega para pagar as despesas de casa”, disse a mulher camponesa.

“Muitas de nós mulheres camponesas, somos mães solteiras, temos filhos e não temos alguém que nos ajude a sustentar os nossos filhos. Fazemos esta actividade agrícola como um biscato (actividade sazonal), e não temos nenhum apoio financeiro para realizarmos este trabalho agrícola de forma mais sustentável. Trabalhamos de segunda à sábado, portanto, 6 dias por semana, das 7 horas até as 17 horas. Trabalhamos sem contratos e recebemos apenas pelo número de canteiros de cultivamos, e quando terminamos de cultivar toda a machamba”, acrescentou Maria Constantina, uma mulher camponesa, jovem com menos de 30 anos, que na falta de emprego, encontrou na Agricultura uma forma de sustento para sí e os seus dois filhos.

Cada mulher consegue cultivar em média um canteiro por dia, e o  valor pago por cada canteiro varia de 50MT à 150MT, cujo o valor total mensal que recebem pelo cultivo da machamba, só chega para comprar alimentos básicos para as suas famílas, como é o caso do arroz e outros pequenos alimentos.